25/05/2009

Low Blow + Vultures + Overcome + Life as War @ Casa de Lafões


Apesar de ter começado 1h30m depois do previsto (até me deu jeito porque cheguei 1h depois das 16!), quando lá cheguei já estava tudo prontíssimo para uma daquelas tardes!

Hora e meia de espera foi o tempo necessário para o pessoal ir "aquecendo o motor" com cerveja para o início dos concertos:

Low Blow : 1ª vez que vi a rapaziada do Barreiro ao vivo e quero dizer que não me desapontaram. Há quem diga que o som deles é mais do mesmo (hoje em dia é difícil não se fazer algo igual a algo...!) mas quando se faz bem, não há nada a apontar.
As vozes estavam demasiado altas, daí um pouco de "rugido" em torno das mesmas, mas nada que nao se suportasse! Instrumentalmente estiveram bem fixe, com partes pausadas de trazer o demónio à terra!
Gostei da cover de Shattered Realm e da nova malha na qual o Ivo (Facedown) toca baixo e o Corvo (baixista) vai para a voz e num dueto com o Tech falam sobre o Barreiro!

Vultures: Banda nova mas com a escola toda! A voz do Rui é inconfundível a completar um instrumental que demonstra que não andam aqui há 2 dias. Em relação ao ambiente, estava tudo um pouco parado a apreciar o concerto...

Overcome: Francamente é das minhas bandas favoritas de ver ao vivo, por isso sou um pouco suspeito para fazer esta review sem ser parcial, mas cá vai: Gosto da atitude e do quanto o som puxa pelo pessoal. Mosh mesmo do "se bem", toda a gente lá à frente... Com algumas malhas novas e com a "It Takes More" a tocar só em instrumental mesmo para um adeus como num antigo concerto em que deram ali nos Lafões em que o microfone foi para o Inferno e as músicas foram em sing along, mesmo depois de terem avisado por 2 vezes que era a última ... Big up! A banda da tarde/noite.

Life as War: Sinceramente surpreenderam-me. Só subi até à sala aí na 3ª música e o ambiente estava muito bom com o vocalista com 1 t-shirt de Portugal e com o seu português meio tremido o que deu para, quase quase, parecerem 1 banda tuga! A cover de Sick Of It All foi o momento mais alto do set, com o povo a chegar-se todo à frente e a ficarem lá até ao fim do concerto a fazer a festa!



Um big up à Freebase Records!

05/05/2009

Damage Control Fest (Londres)

Fizemos o check-out do Hostel às 10h. Tomámos um pequeno almoço à inglesa, mesmo para ficarmos cheios de forças para o dia em cheio que aí vinha. Fomos até Lillywhites gastar umas libras e receamos ainda por um dia de chuva, visto que choveu cerca de 2minutos , mas rapidamente parou para nunca mais voltar. Fomos até à paragem apanhar o "159" até Brixton.

13h30m:
Demos com a sala, que se chamava "Jamm". Já lá estava um quanto pessoal à porta, ao lado dos árabes que andavam a lavar os carros (note-se que aquilo, pelo que entendi, era bar/limpeza de carros).

Fomos até um "restaurante" turco, comer grande Kebab, mesmo do delicioso e barato. Ainda demorou até os concertos começarem, por isso ficamos à porta a beber cervejas e na conversa.

Cerca das 15h10m entrámos lá para dentro, fomos espreitar e comprar algum merch , até que começou a 1ª banda:

Bun Dem Out - Sinceramente e pessoalmente, esta era uma das bandas que eu mais queria ver do cartaz. Tocaram cerca de 5 musicas, ainda com pouca gente na sala.
Na generalidade e tendo em conta que eram a 1ª banda e tocaram 5 musicas, gostei.

Kartel - não me lembro se gostei ou não. Factores extra a fazerem efeito.

- Adormeci na rua -

Surge of Fury - Começo do pânico . Surpreenderam-me muito, gostei imenso de ver ao vivo. Era uma banda que eu não conhecia sem ser o que está no myspace e acabei por dar um passo de dança naquelas partes bem apelativas para nos mexermos.

TRC - Pela simpatia, pela dedicação das musicas aos tugas, a melhor banda da noite. Começaram com uma intro toda xpto seguida da 'Define Cocky' o que se gerou logo ali o pânico. Constantemente a puxarem pelos tugas e a agradecerem a nossa presença ali deu para se gerar o Inferno na Terra.

Providence - Não me vou alongar muito, digo apenas: banda mais pesada da noite = MEDO! Beatdown violento, presença enorme em palco (principalmente do guitarrista), o baixista a voar direito a nós com o baixo na mão (temi pela minha vida nesse momento)... GOT TO LOVE IT! Como diz o meu caro Ivo "cram cram... cram cram cram"

Stout - Já tínhamos visto no Sábado no 12 bar. Sinceramente não prestei muita atenção, lembro-me de ter estado o concerto todo a -los mas passei mais tempo na conversa com o Crazy D do que a tomar atenção ao som.

Ninebar - Tinham o público todo do lado deles. Sing alongs, com a presença constante do Preston todo bêbedo a roubar o micro. Bela festa! Gostei realmente ! Provavelmente, pelo ambiente foram os melhores.

Special Move - Vinho do Porto style. Já com uma média de idades nos 30 e qualquer coisa anos, e apesar de terem bebido uns copos a mais, deram um bom concerto! Sinceramente, não conhecia nada deles e gostei.

No Turning Back - Agora percebo porque é que NTB adora a tuga... Ninguém se mexeu em NTB. Ninguém cantou. Ninguém nada. Ainda houve algumas tentativas, ainda que falhadas, por parte dos tugas de um circle pit , mas nada. (Note-se que não houve 1 único circle pit em todo o fest).
Ainda assim, continuam a ser das melhores bandas para se ver ao vivo.

Knuckledust - LBU style . Tocaram 7 músicas, começando com uma pequena intro seguida da 25 Years Dead o que fez com que o pit ficasse do tamanho da sala. Completamente a jogarem em casa e com toda agente ali para os ver, seguiu-se a Dust to Dust (onde o Baz só parecia que foi dominado pelo demónio), Falling, Hollow, Fear is the Enemy, Sick Life.
Got to love it!

Obrigado a todos, vocês sabem quem são . Que grande fim de semana!

Pressure


Temos assistido em Portugal nos tempos mais recentes a um certo “boom” da cena hardcore nacional. Ou porque bandas antigas recuperam o feeling e voltam aos palcos, ou porque as bandas actuais e já estabelecidas, vão cimentando a sua posição no panorama underground nacional com o lançamento de bom e diverso material, mas acima de tudo, porque com relativa frequência vão aparecendo bandas novas. Já aqui falámos de algumas delas, seguem-se então os Pressure.

Lançada à pouco mais de um mês chega-nos via Positive and Focused \ Monument \ Heartland \ Silly Girl, a demo da banda algarvia.

Soando aos saudosos anos 80 (bandas como Youth of Today ou Gorilla Biscuits), mas sem nunca cheirar a mofo, os Pressure vêm preencher um espaço já há algum tempo algo vago, o do Youth Crew \ Straight Edge Hardcore. Essencialmente porque desde que bandas como os Step Out ou os Wise Up esmoreceram a sua actividade, mas principalmente porque desde que, em 2007, os Pointing Finger deram como terminada a sua actividade. Neste período os Reaching Hand e os Broken Distance vinham sendo as bandas salvadoras desta trend do próprio hardcore.

Assim, os Pressure vêm como que reclamar um trono que em tempos lhes pertencera, já que foram eles próprios membros dos Pointing Finger.

Como não poderia deixar de ser numa banda sxe youth crew, a temática abordada é essencialmente a filosofia de vida pela qual se regem os elementos da banda. O quão importante ela é na sua vida e qual o impacto que a mesma tem neles próprios e nos que os rodeiam, tal como disse em Janeiro ao 4thekids o baterista da banda, xRAFAx.

Com uma óptima produção para uma demo, apresentam-se quatro músicas com o feeling certo e, unanimemente reconhecido, com uma pujante voz em complemento. Uma clara e feliz evolução face aos Pointing Finger.

Nos próximos tempos a banda irá andar em tour no Algarve e acompanhará bandas como os Signs of Hope, os Soul Control ou os On nas suas visitas a Portugal. Podes checar as datas em:

Vultures - Vultures


Esta banda recente, criada em 2008, é uma espécie de super-grupo do hardcore cá do burgo. Formada por membros de duas das melhores bandas nacionais, os For The Glory e os Day Of The Dead, tem então Rui Brás na voz, Luís Branco no baixo, Nuno Saldanha e Sérgio Costa nas guitarradas e João Vairinhos na bateria.

O MCD que lançaram é composto por 5 músicas, 3 delas disponibilizadas no seu myspace. Quando colocamos o CD na aparelhagem percebemos imediatamente que se trata duma banda com experiência. A produção está muito boa, fazendo com que as guitarras sejam realmente intensas e com que a bateria seja também um ponto a destacar. Mas, na minha opinião, o que mais gosto neste lançamento são as letras. Não são genéricas nem de conteúdo básico, mas no entanto são facilmente interiorizadas. Os tópicos são os mesmos que já foram tratados 1001 vezes, mostrando uns Vultures desiludidos com a sociedade no geral e com alguma da cena hardcore em particular, mas têm um toque original, que dá prazer ao acompanhar enquanto ouvimos o som. E tudo gritado com a voz característica do Rui, que parece realmente estar a sentir tudo aquilo que diz. Já agora, engana-se quem estaria à espera dos novos Twenty Inch Burial: o som desta banda é mais agressivo, alternando entre uma maior velocidade e um maior peso (e ambas com qualidade), não havendo na realidade muito para comparar com a extinta banda (tirando a voz, claro). Destaco a primeira música, “Ignorance Prevails”, (principalmente a sua parte final) e também a quarta, “You look the part but you lack the heart”, esta com a participação do Ricardo dos Day Of The Dead e onde a letra tem um papel primordial, tocando na ferida do hardcore nacional. You can buy the fashion, but you can’t fake the passion..

Bem, resta dizer que Vultures tocará ao vivo já no dia 24 de Maio, na Casa dos Lafões, com os suiços Life As War e os bem portugueses Overcome e Low Blow. O MCD está a venda através da We Love Pandas Records e custa apenas 7€. Comprem e apoiem pois vale a pena.

VULTURES

WE LOVE PANDA RECORDS