2007 foi um ano engraçado, agora que estamos a chegar ao fim e fazendo uma retrospectiva...
Ao longo deste ano acabaram algumas bandas (mais ou menos) importantes para aquilo que foi, e para o que é, o hardcore em Portugal: que me lembre, assim de repente, assistimos ao fim de NEW WINDS, POINTING FINGER, TWENTYINCHBURIAL, RESIGNATION e também de bandas mais recentes como BREAKING THROUGH e PUNCHSKULLS. Por outro lado, surgiram outros bandas como REACHING HAND, WISE UP, MR MIYAGI, STEP BACK! (e todas editaram demo!).
Foi o ano de consolidação/afirmação de várias bandas que deram vários concertos, puseram cá fora demos ou ep's ou muito trabalharam para se afirmar das mais diversas maneiras: NO GOOD REASON (editaram demo, deram vários concertos por cá e fizeram tour no UK), ADORNO (editaram demo, reeditaram-na num 12” bem bonito, deram vários concertos por cá e fizeram tour europeia de um mês e uma na Alemanha no fim de Dezembro), BROKEN DISTANCE (editaram a demo, gravaram o ep que já cá devia estar fora e deram vários concertos por aí), A PEACEFUL FIGHT (finalmente editaram a demo e tocaram algumas vezes e pessoalmente é das bandas que mais gosto de ver ao vivo), OVERCOME (editaram a demo e deram um concerto mesmo muito bom a abrir para Madball), WORTH THE FIGHT (tocaram várias vezes e julgo que é deste ano o split com MY RULES), GRANKAPO (editaram um ep em cd e deram vários concertos, indo inclusive ao festival na Galiza com Madball, Ignite e mais umas cenas), STEAL YOUR CROWN (gravaram um vídeo clip e continuam a ser das melhores bandas ao vivo), DECRETO 77 (editaram um split com PISS!! e um com os finlandeses Flippin’ Beans e tocaram muito por ai), THE YOUTHS (puseram cá fora o ep e além dos concertos por cá fizeram uma tour na Alemanha e leste da Europa), LARKIN (editaram o álbum), STEP OUT (editaram a demo e tocaram algumas vezes), BULLETPROOF (tiveram algumas mexidas na formação mas consolidaram o estatuto), KILLING FROST (fizeram tour europeia de um mês, tocaram algumas vezes por cá e puseram cá fora mais uma tape), MY RULES (tocaram algumas vezes e editaram o split com WORTH THE FIGHT), DAY OF THE DEAD (deram vários concertos por cá, saiu a 2ª press do split com Ruiner e fizeram tour ibérica com Endstand)
Para outras foi mesmo o ano de lançamento de discos que só vieram enriquecer isto: LAST HOPE (saiu o terceiro disco: Continuar a Acreditar, acompanhado de alguns concertos por aí… cresce cada vez mais o respeito pela banda que continua com força no hardcore português há mais de 15 anos), ETERNAL BOND (saiu o primeiro disco – Convictions e a banda consolidou o seu valor ao vivo tendo tido uma visibilidade crucial ao abrir para Madball e ainda deram uns shows em Espanha), BARAFUNDA TOTAL (editaram o Um Passo Para Crescer, um grande disco de punk hardcore em português editado em nome próprio), FOR THE GLORY (fecharam o ano em grande pondo cá fora o Survival Of The Fittest, um grande disco que se vai tornar um marco no hardcore português além de terem sido das bandas que mais tocaram por esse país fora e também no estrangeiro).
Houve vários concertos de bandas estrangeiras para todos os gostos: ZERO TOLERANCE, MADBALL, STRIKE ANYWHERE, COMEBACK KID, AFGANISTAN YE YE'S, JUSTICE, FIRST STEP/COMMON CAUSE, TERROR/NTB, AGNOSTIC FRONT/SWORN ENEMY, ANGEL CREW/BACKFIRE, RDP, QUESTIONS, IGNITE, BFP/FIRSTBLOOD, FIRED UP!/TRUE COLORS, 25 TA LIFE, DRAFT, ENOCH ARDON, ENDSTAND, NOFX/LOVED ONES, OI POLLOI... (ok, havemos de achar sempre pouco...).
Houve concertos quase todas as semanas e às vezes vários no mesmo fim de semana... As bandas portuguesas estão bem e houve alguns concertos de que me lembro como tendo sido especiais: o último de POINTING FINGER em Lisboa, na Casa de Lafões teve um feeling engraçado com dives e sing-a-long e até a sala contribuiu para isso (o palco faz-me lembrar Campo Grande), NOT WITHOUT FIGHTING no Ponto de Encontro – não tanto pelo concerto em sim mas mais pelo ambiente porque há muito tempo que não via tanta gente naquela sala mítica num concerto de hardcore. A tarde do concerto de despedida de BREAKING THROUGH, na T.O.C.A. também teve um ambiente especial e que não sentia num concerto de hardcore há muito. Todos os concertos dessa tarde foram bons (NO GOOD REASON, WORTH THE FIGHT, APF e BREAKING THROUGH) mas os das duas últimas bandas foram especialmente intensos. O ano acabou bem com um grande concerto com muito bom ambiente no Music Box com BROKEN DISTANCE, DAY OF THE DEAD e FOR THE GLORY – o concerto de FTG teve como pretexto a apresentação do álbum e foi uma verdadeira festa e o DOTD foi dos melhores que vi da banda e se calhar deviam incluir mais clássicos nos sets recentes – soube muito bem cantar os clássicos novamente! É bom sentir que há divisões ultrapassadas e ver no mesmo cartaz bandas que não se pensava que tocariam juntas…
O mesmo não se pode dizer da quantidade de pessoas nos concertos, mas esse problema é persistente e a reflexão sobre o porquê e possíveis soluções fica para outro sítio...
Pessoalmente, acho que o punk/hardcore em Portugal circa 2007 está vivo e num momento alto…
Texto da Autoria de Luís
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