30/06/2009
Death Threat + No Turning Back + For The Glory + Reality Slap
29/06/2009
Please Die! - On This Cross

Os Please Die! Buscam óbvias influências a American Nightmare – ou Give Up The Ghost, se preferirem – mas, pessoalmente a parte entusiasmante do projecto, a Dead Hearts também. A banda lança então pela Salad Days Records – obrigado David – o seu primeiro registo, intitulado On This Cross, que é, portanto, pautado por um som mais a sair do coração – a temática abordada, bem como a própria melodia assim o garante – que do músculo.
Temos então seis canções, nelas incluída uma Intro instrumental, que falam essencialmente de acontecimentos passados, desgostos pessoais. A crítica, negativa, mais global que podemos fazer a este registo prende-se com as vocalizações do mesmo. De um modo geral, é feita de forma algo monotónica e arrastada, contudo, em músicas como Along Came Death e No Goodbyes, tal não sucede. Se a primeira é totalmente entusiasmante, soa positivamente a Dead Hearts, e não se verificam as condições vocais que já referi – há inclusive certos efeitos, interessantes, nas vocalizações –, a segunda é rápida, contudo, mais genérica que qualquer uma das outras músicas que compõem On This Cross. Ainda em Along Came Death quero destacar a óptima linha de baixo, enriquecedora da composição da música, mas acima de tudo, os coros, transformando a música num grande momento musical – mais uma vez vem Dead Hearts ao pensamento.
Estes são, dois exemplos de como a banda, apesar de algo inconstante, consegue a espaços atingir um nível entusiasmante. Felizmente, não é, nunca, entediante.
Em Louder Than Words – música que conta com a participação de David Rosado (Salad Days Records \ Broken Distance) – as guitarras assumem um papel preponderante na sua relação com o ouvinte. Já aqui disse que este é um álbum de guitarras, e que as mesmas são extremamente envolventes, mas aqui são-no ainda mais. A espaços faz lembrar Killing the Dream (p.ex. ao 1 min. e 30 seg.). Destaque ainda para a participação de Poli (Devil in Me \ Rat Attack) na música que dá nome ao álbum, On This Cross.
Em suma, os Please Die! Conseguem entusiasmar pela sua envolvência melódica – proporcionada pelo bom trabalho de guitarras – independentemente dos pontos negativos motivados por determinados momentos a nível de vocalização, onde necessito ainda destacar, apenas, a descompensação temporal entre vocalista e back vocal em Mistakes Made, que causa certa estranheza ao ouvido. É um álbum que vale a pena ouvir, nem que seja pelo óptimo trabalho de guitarras.
Ponto positivo ainda para o artwork, que é bonito e adequado, e só vem dar um aspecto ainda mais profissional a uma banda que acaba de lançar o seu primeiro registo.
Aos interessados, a banda encontra-se disponível para contacto ou audição de algumas músicas em: http://www.myspace.com/pleasedietonight e o álbum pode ser adquirido entrando em contacto com a distribuidora em: http://www.myspace.com/saladdaysrecs.
18/06/2009
Reaching Hand - Threshold

De Threshold não se espere a revolução do hardcore, não é sequer essa a pretensão, traz contudo, algo de novo ao som da própria banda. Ainda que a maioria das músicas não se destaque especialmente daquilo que a banda já anteriormente tinha produzido, temos dois sons algo diferentes. Um mais melódico – Threshold, com a colaboração de Bráulio Amado, vocalista dos No Good Reason \ Adorno, amigos do farol: It’s a dude – e um mais a soar a bairros pesados de Nova Iorque e, porventura, menos a jovens positivos de Long Island, Settle the Score, igualmente com colaboração no registo vocal. Registo vocal esse que continua a ser um dos pontos fortes da banda, vocalização feminina como se sabe, algo que infelizmente, continua a não ser muito frequente no panorama hardcore nacional.
Em relação às outras músicas nada que não pudesse ter saído logo na demo, que mais uma vez repito, não é um defeito. É o som da banda, é o que gostam de fazer e é – e isto será o mais importante – o que fazem bem, ainda que por vezes nem o próprio conteúdo rítmico difira muito de músicas anteriores. Em termos líricos, é o que estamos habituados. Hardcore positivo, motivador. Palavras que dão sempre jeito ouvir quando atravessamos momentos mais complicados.
Threshold é então um EP de cinco músicas, cerca de dez minutos de youth crew a clamar melodia e de lírica positiva. Com um encaixe harmonioso de vozes diferentes, e inovação do próprio som da banda em dose qb. Definitivamente, aconselhado.
Never Fail - Demo

Mantém assim, 2009, a sua especial tendência para o lançamento de novas, e diga-se, entusiasmantes bandas do hardcore nacional. As apresentações já estão mais que feitas, membros de conhecidas bandas nacionais, muita experiência nestas andanças.
A música é rápida, é agressiva, tresanda a anos oitenta. Ao início de tudo. As promessas eram, aliás, essas, uma banda que começas a ouvir e dás por ti, já acabaram as músicas. Aliás, eu mesmo posso comprová-lo. Peguei no meu mp3, liguei-o, e no caminho para a paragem do autocarro fui ouvindo a demo, quando cheguei à paragem, já tinha acabado. Muito fast. E não, a paragem não é longe. São 6 minutos e 6 segundos – conta o leitor de música – de hardcore agressivo e chateado. Letras a evocar os podres da cena hardcore nacional. Coros de pessoas ilustres puxam ao sing a long, aliás, esta é uma banda com clara visão de palco. A própria demo deixa desde logo antever que um concerto ao vivo destes senhores, só pode ser uma festa.
Faz-se ainda uma homenagem à cena actual nacional, as duas últimas músicas têm inclusive o nome de duas das bandas com mais nome actualmente em Portugal, Reality Slap e For the Glory. Com uma intro com guitarra a soar bastante a No Good Reason, nada que admire o ouvinte ainda assim, um dos principais destaques deste registo passa pelas quotes introduzidas pela banda. Desde passagens épicas de filmes clássicos como Casino ou Snatch, passado pelo novo hino da mocidade, uma expressão popularizada por um jovem de Matosinhos, sim esse mesmo…
13/06/2009
TERROR + BORN FROM PAIN + STYG + TRAPPED UNDER ICE @ CORROIOS

Desloquei-me a Corroios para uma boa noite de hardcore, mas com uma leve suspeita de que a casa não estaria cheia. Quando chegámos, constatei que o feeling que tinha se confirmava: diria que umas 200 pessoas apareceram. É pena, pois as bandas eram boas, o preço não era excessivo e o tempo estava bacano. Mas também temos de ver que os Santos Populares em Lisboa foram no mesmo dia…
Adiante. Às 21.00 começaram os Trapped Under Ice a tocar e decidi entrar pois esta era uma das bandas que mais queria ver. Tocaram as melhores músicas deles, da demo e do 1º álbum e algumas novas. As novas músicas não me entraram tão bem como as antigas, mas isso já seria de esperar! De resto, há que dizer que a casa vazia não foi bom para a banda, mas eles deram tudo e ainda tocaram a “Evelyn” a pedido do pessoal. A rever em palcos mais pequenos.
Sobre Stick To Your Guns não posso falar porque não prestei a mínima atenção. Pareceu-me um pouco genérico e chato, mas também pareciam estar com pica para tocar, o que é bom.
De seguida vieram os Born From Pain. O vocalista não pôde fazer a tour com eles, mas tal como os próprios disseram, os BFP não gostam de cancelar concertos e por isso o David de Down To Nothing e Terror assumiu as vocalizações. Começaram com a “Final Nail”, o que me agradou bastante. Ainda tocaram mais algumas músicas antigas, com destaque para a Death In The City, mas depois tocaram bastantes músicas do novo álbum que eu pessoalmente não gosto muito, com excepção da “State Of Mind”. Finalizaram o concerto com 2 músicas do álbum “War” (deste eu já gosto bastante), mas devo dizer que as músicas não funcionam bem ao vivo. Portanto, uma actuação que começou bem mas terminou enfadonha.
Para terminar, subiram ao palco os Terror. O pouco pessoal presente começou a ficar maluco e o Cine-Teatro começou a ficar mais pequeno! Correram todos os álbuns, mas devo dizer que com excepção da “Betrayer” eu curti bastante tudo o que tocaram. “Life And Death”, “Keep Your Mouth Shut” (esta com algum pessoal a cantar e a curtir no palco), “Overcome” e a “Always The Hard Way” foram os pontos altos do concerto. A atitude do Scott e do resto da banda fazem com que os concertos sejam muito bons, mesmo que a qualidade musical da banda venha a decrescer, na minha humilde opinião. Mesmo assim, veria outra vez Terror, mesmo que só tocassem músicas novas. E ainda, como alguém disse, os discursos entre músicas do Scott são clichés, mas é sempre bom ouvir boas opiniões.
Em suma, foi uma boa noite. Podia ter aparecido mais pessoal, podia ter sido utilizada uma sala melhorzinha, mas tirando tudo isso foi tudo bacano. Venham mais bandas destas, com vontade de tocar, mesmo que para um público bem menor do que o que estão habituados.