29/06/2009

Please Die! - On This Cross


Portugal não tem sido, pelo menos nos últimos anos, um país onde as bandas hardcore que vêm aparecendo, focalizem o seu som para uma vertente mais técnica e trabalhada das guitarras, ou seja, resultando no final num hardcore mais melódico – sem que ao melódico venha associado qualquer tipo de mariquice. Contudo, aparecem este ano os Please Die! E se por aqui ficássemos, só isto seria motivo de parabenização.

Os Please Die! Buscam óbvias influências a American Nightmare – ou Give Up The Ghost, se preferirem – mas, pessoalmente a parte entusiasmante do projecto, a Dead Hearts também. A banda lança então pela Salad Days Records – obrigado David – o seu primeiro registo, intitulado On This Cross, que é, portanto, pautado por um som mais a sair do coração – a temática abordada, bem como a própria melodia assim o garante – que do músculo.

Temos então seis canções, nelas incluída uma Intro instrumental, que falam essencialmente de acontecimentos passados, desgostos pessoais. A crítica, negativa, mais global que podemos fazer a este registo prende-se com as vocalizações do mesmo. De um modo geral, é feita de forma algo monotónica e arrastada, contudo, em músicas como Along Came Death e No Goodbyes, tal não sucede. Se a primeira é totalmente entusiasmante, soa positivamente a Dead Hearts, e não se verificam as condições vocais que já referi – há inclusive certos efeitos, interessantes, nas vocalizações –, a segunda é rápida, contudo, mais genérica que qualquer uma das outras músicas que compõem On This Cross. Ainda em Along Came Death quero destacar a óptima linha de baixo, enriquecedora da composição da música, mas acima de tudo, os coros, transformando a música num grande momento musical – mais uma vez vem Dead Hearts ao pensamento.

Estes são, dois exemplos de como a banda, apesar de algo inconstante, consegue a espaços atingir um nível entusiasmante. Felizmente, não é, nunca, entediante.

Em Louder Than Words – música que conta com a participação de David Rosado (Salad Days Records \ Broken Distance) – as guitarras assumem um papel preponderante na sua relação com o ouvinte. Já aqui disse que este é um álbum de guitarras, e que as mesmas são extremamente envolventes, mas aqui são-no ainda mais. A espaços faz lembrar Killing the Dream (p.ex. ao 1 min. e 30 seg.). Destaque ainda para a participação de Poli (Devil in Me \ Rat Attack) na música que dá nome ao álbum, On This Cross.

Em suma, os Please Die! Conseguem entusiasmar pela sua envolvência melódica – proporcionada pelo bom trabalho de guitarras – independentemente dos pontos negativos motivados por determinados momentos a nível de vocalização, onde necessito ainda destacar, apenas, a descompensação temporal entre vocalista e back vocal em Mistakes Made, que causa certa estranheza ao ouvido. É um álbum que vale a pena ouvir, nem que seja pelo óptimo trabalho de guitarras.

Ponto positivo ainda para o artwork, que é bonito e adequado, e só vem dar um aspecto ainda mais profissional a uma banda que acaba de lançar o seu primeiro registo.

Aos interessados, a banda encontra-se disponível para contacto ou audição de algumas músicas em: http://www.myspace.com/pleasedietonight e o álbum pode ser adquirido entrando em contacto com a distribuidora em: http://www.myspace.com/saladdaysrecs.

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